domingo, 10 de julho de 2011

Pedido


Apesar de tudo, você ainda é a primeira pessoa em que eu penso quando me dizem: 
"Faça um pedido..."

sábado, 2 de julho de 2011

VAMPIROS






Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

(Martha Medeiros)

terça-feira, 3 de maio de 2011

(In) Diferença


"Existe uma grande diferença entre desistir de alguém, saber o que é melhor para você e cansar de sofrer!"

sábado, 23 de abril de 2011

Eu entro nesse barco, é só me pedir.

"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar."

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Só talvez...

Um dia você vai perceber...
...que eu faço falta na sua vida, e essa falta é um espaço que ninguém mais preenche.
Um dia você vai perceber...
...que no meio de tantas, eu possa até não ser aquela que com quem você sonha, mas talvez eu seja a pessoa que mais te completa.
E talvez... no exato momento em que você perceber tudo isso, eu descubra que estar com você não vale mais a pena... Só talvez...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quase nada...

"(...)
Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí, quase desisto de tudo. Quase ignoro tudo. Quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase. E, um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vai se tornar um nada. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por você nunca ter sido inteiro para mim que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.

Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto para você. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, sem você é sempre: "Quase nada".
(...)"

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tarefas do dia

 
Me amar mais
Sorrir sempre que possível  
Perdoar os piores erros ✔ 
Fazer um amigo ✔ 
Abraçar alguem ✔ 
Não brigar com as pessoas
Confiar mais em Deus  
Acreditar mais nas pessoas
Ouvir uma boa música
Estudar e aprender uma palavra nova  
Cooperar com a sustentabilidade
Esquecer "aquela pessoa" X

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Atrasado emocional


"Esse miúdo que tu tanto idolatras só porque era "muito esperto" como tu dizias, é uma pessoa completamente banal, tão banal que até teve que ir fazer uma viagem para não parecer banal.
Percebes o que te estou a dizer? Ele teve a maior experiência da vida dele quando andou contigo, abriste-lhe a cabeça e o mundo, e, depois ficou um pavão, um pavão que se encheu com as tuas penas e ficou convencido que era o maior e que o mundo estava à espera dele.
Mas não passa de um limitado, de ... olha, isso mesmo! De um atrasado emocional! Há os atrasados mentais, não há? Ele é um atrasado emocional."

terça-feira, 5 de abril de 2011

Love of My Life - QUEEN



Alguem sabe a história por trás dessa música?

                 Em 1970, Freddie Mercury conheceu Mary Austin, com quem viveu por cinco anos. Foi com ela que assumiu sua orientação sexual (Freddie era bissexual) e os dois mantiveram forte amizade até o fim de sua vida apesar de não ficarem juntos. Mary inspirou Freddie na música "Love of My Life", de acordo com declaração do próprio cantor e de seus companheiros de Banda, sendo Mary acima de tudo o verdadeiro amor dele.
                 Em uma outra história verídica, essa música foi requerida para ser tocada pelo primeiro astronauta israelense Ilan Ramon. Depois de tocada, ele disse a seguinte mensagem a sua esposa "Um especial bom dia a minha esposa, Rona, o amor da minha vida (Love of my life)." A música foi tocada enquanto ele estava no espaço. Ramon estava na espaçonave Columbia e acabou falecendo durante a reentrada da espaçonave na atmosfera terrestre em 2003. A espaçonave se desintegrou na ocasião.

domingo, 27 de março de 2011

Só um sonho...


Estava pensando nele, pensando em mim
Pensando em nós, o que nós vamos ser?
Abro meus olhos, foi apenas um sonho
Então viajo de volta, por esse caminho
Quando ele volta? ninguem sabe
Eu percebo, sim, foi apenas um sonho...

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Silêncio


Em uma determinada situação percebi que o silêncio seria a melhor atitude e fiquei imaginando quais seriam as consequências se caso houvesse o silêncio naquele determinado momento e pude perceber que muitas coisas poderiam  e deviam ter sido evitadas. Diante disso pensei o porquê de que mesmo  com a existência do silêncio muitas pessoas nos magoam com palavras que por vezes passam despercebidas por elas, mas fixa de um jeito impressionante em quem está escutando. Quantas vezes ouvir o silêncio seria a melhor opção quando as palavras vêm causar feridas que demoram a cicatrizar? E isso quando cicatrizam. Às vezes são palavras tão simples, mas que soam de maneira tão ofensiva que acabam machucando muito, e a imagem que tinhamos da pessoa que nos dirige a palavra, acaba se limitando apenas no passado ou em lembranças, sem a possibilidade de ultrapassar disso. O pior é que as palavras só doem quando vem de pessoas que em hipótese alguma passou por nossa cabeça, que nos magoariam.  Aquela pessoa que pensávamos ser “a mais importante” em nossas vidas, quando não sabíamos que não passava de apenas mais uma outra pessoa qualquer.

sábado, 19 de março de 2011

Tô aprendendo e não quero aprender...


"Venha pra perto de mim
E veja como eu estou só
Senta, não olha pro chão
A culpa não foi de ninguém, não, não

...Ah, tô aprendendo a viver sem você
Ah, tô aprendendo a viver sem você

Sei que o dia raiou para mim
Mas pra você tanto fez
Sei que não vou mudar sou assim
Para você sou mais um"

sexta-feira, 18 de março de 2011

A substituta


“Talvez eu seja aquela pessoa substituta, o ser que é impossível de ser esquecido mas que também nunca é lembrado. Talvez você também seja uma pessoa substituta, todos são para alguém, pelo menos pra uma pessoa nesse mundo e algumas vezes essa pessoa é aquela que MAIS IMPORTA pra você.”

(Filme - Tudo Acontece em Elizabethtown).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Texto aleatório...

É paixão, vá se enganando por um otário. Finja que ele é seu príncipe encantado. Vá se doando, vá se esfolando por um medíocre. Minta para o mundo que ele é tudo o que você sempre quis, afinal a poesia e as cenas dos filmes são sempre mais bonitas que a realidade. Vamos coração, aceite o anel que ele te dá, aceite ser a companheira, aceite ser a melhor amiga, aceite ser a nova mãe dele, aceite o estandarte do ato heróico de gastar o último centavo para ir para uma terra distante atrás de um desconhecido. Faça da sua vida uma eterna servidão. Você é tudo o que ele sempre pediu. Passe a juventude em prol de alguém que não você mesma, agradeça por estar do lado dele todos os dias, faça o café do seu amor e deixe ser levada ano após ano à sequencia de jantarzinho e motelzinho em todo aniversário de namoro. Não poderia ser melhor mesmo. Só poderia ser melhor se você recebesse de volta tudo o que faz. É, mas ele é seu príncipe encantado, esqueceu? Príncipes encantados nunca erram. Eles só crescem, entram na crise de meia idade, se você erra ou eles veem que está velha, te trocam por duas que somadas, têm a mesma idade que você. Outras duas, prontas para fingir que ele é um príncipe encantado assim como você, na idade delas. Mas errar, ah não, o príncipe encantado nunca erra, nunca falha. Ele é sempre a vítima... das suas próprias mentiras... talvez...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dois barcos

Se você se descobrir confuso entre duas pessoas, sem saber em quem investir ou, pior, desejando investir nas duas ao mesmo tempo, imagine como se estivesse navegando por um mar imenso, intenso e profundo. Estando em dois barcos ao mesmo tempo, com um pé em cada barco... Entenda, é Impossível alcançar estabilidade. É Impossível determinar um destino. É Impossível chegar a qualquer lugar. E mais do que isso: É perigoso, muito perigoso!!

domingo, 13 de março de 2011

Cineasta EMO, 2011

Como diretora e produtora do filme da minha vida é preciso admitir. Ele foi um Erro de Casting!



sexta-feira, 11 de março de 2011

Um pouco sobre um dos meus livros preferidos *_*

      
       O enredo de Bento é um tanto quanto complexo, o que não significa ser de difícil compreensão. A princípio, o leitor fica perdido nos primeiros capítulos pelo fato de, apesar da história se passar num cenário genuinamente brasileiro, o país nos é apresentado de uma forma completamente diferente do que um dia pudemos imaginar, algo quase apocalíptico, embebedo na mais pura e benfeita ficção fantástica. Após uma noite, intitulada pelo autor “Noite Maldita”, a população mundial depara-se com um panorama, no mínimo, pavoroso. Parte das pessoas que dormiram, acordam com intolerância à luz solar, raiva em demasia e um desejo inumano de se alimentar com sangue humano. Estes resolvem, então, por viver em bandos, tais quais animais, já que, juntamente com as mutações citadas, surge também a perda parcial da racionalidade, tornando-os anti-sociais para com outra espécie. A outra parcela que também acorda se mantém humana, perdida em meio ao caos instaurado em todos os cantos do mundo. E outra boa parte da população continua dormindo, em uma espécie de coma induzido. Da face da Terra, são varridas todas as mazelas, todas as doenças, as quais antes acometiam os humanos. Desta forma, morrer por causa de uma infecção em Bento é impossível. Existem somente duas maneiras de falecer, ou pelas presas dos novos vampiros, ansiosos por sangue humano, ou em batalhas contra as bestas, quando se é ferido e não tratado rapidamente.
       A grande sacada do Vianco foi justamente transformar o conhecido em completo desconhecido, tornando o Brasil algo antes nunca visto. Ele concretou bastante o enredo, deixando-o consistente e sem nenhuma brecha que possua deveras importância para o produto final. Caso vivêssemos de fato em um mudo ficcional, seria impossível dizer que o enredo de Bento é algo improvável, pela densidade “lógica” dos fatos bem amarrados. Transformando o Brasil em um cenário completamente selvagem, Vianco agrupa os humanos sobreviventes em fortalezas afastadas dos centros urbanos, cujas construções agora servem de “ninhos dos malditos” – os vampiros.
       Este é outro ponto forte do livro, a união das pessoas, uma protegendo a outra, buscando a sobrevivência e nada além, pois no Brasil de Bento as tecnologias foram desabilitadas pelos malditos, assim como o dinheiro perdeu o seu valor. Apesar dos adormecidos se caracterizarem um fardo de extremo perigo para os humanos sobreviventes, eles são protegidos com todas as forças contra os vampiros, que vislumbram nos adormecidos alimento sem fim, “rios de sangue”. As fortalezas e seus conglomerados de humanos guardando os adormecidos nos faz pensar em valores básicos, virtudes cruciais, que estão sendo perdidas, como solidariedade, a humildade, a falta de interesses próprios. Em Bento, todos lutam por todos, e, aqueles que preferem abrigar a marginalidade em si são postos para fora das fortificações e vão servir de criados – “mulos” – para os vampiros.
      Os personagens de Bento são por demais cativantes, sem exceção; até mesmo os malditos conseguem a nossa simpatia. Todos são descritos da melhor forma por Vianco, que percorre toda a vastidão do Brasil apresentando personagens com histórias “reais” e convincentes. No início da trama, o recém-acordado Lucas, protagonista, vê-se num mundo diferente do qual havia dormido há trinta anos. Por isso, nos primeiro capítulos, ele se torna um tanto quanto enfadonho – talvez essa seja a proposta do autor – pois as dúvidas de Lucas nos sufocam da mesma forma que o sufocam. Todavia, quando compreende a sua missão com Bento, o salvador da humanidade, torna-se altivo e afável, e lidera as suas tropas de sobreviventes na trilha rumo a quatro milagres preditos em uma profecia, milagres estes que aniquilarão os vampiros. O fato de quatro (“míseros”) milagres serem capazes de mudar um enredo tão bem endossado deixa o leitor cabreiro quanto ao final da trama. Entretanto, asseguro que Vianco “finaliza” o livro de maneira primorosa.
      A descrição dos cenários de Bento nos deixa boquiabertos. Imagine a grande São Paulo infestada por vampiros, às ruinas, completamente abandonada pela vida humana, com a floresta crescendo sobre o asfalto, onças pintadas e revoadas de araras-azuis reavendo o que lhes foi roubado com a urbanização. A peregrinação de Lucas para concluir a sua missão mostra no que o Brasil se transformou. Gorilas fugitivos dos zoológicos desativados se procriando nas matas, cidades como Salvador, Rio de Janeiro e Natal que viraram covis de malditos. Com a leitura de Bento, e a partir do ponto de vista fantástico do Vianco, podemos ver o Brasil no qual vivemos de uma forma completamente adversa da qual estamos habituados.
      Outro ponto interessante, o qual vale a pena ser enfocado, é a questão religiosa presente sempre no livro – a começar pelo título. Para um “novo mundo”, uma nova religião. Nisto consiste a proposta religiosa do autor. O mundo foi mergulhado no caos, num intervalo de tempo denominado pelos personagens como “o cochilo de Deus”. Assim, cabe a cada um agarrar-se em algo para acreditar. Todos são livres para cultuar aquilo que seja a verdade para si e o conforte, protegendo-se contra os vampiros – os quais são, sob o meu ponto de vista, metáforas para o lado sombrio, insensato, irracional e cruel de nós mesmos. É impossível negar a filosofia mística contida em Bento. Vianco utilizou-se de ficção de qualidade para nos mostrar o caos no qual vivemos, e como seria bom habitar no mundo “pós-noite maldita”, ainda que rodeados e ameaçados por vampiros sanguinolentos.
          Para aqueles que torcem o nariz ao ver Bento e sua capa funesta nas prateleiras de uma livraria, é melhor dar mais atenção a ele, e aos novos escritores brasileiros. A história vai muito além de uma caça aos vampiros e é capaz de emocionar os leitores com o “término” do livro. André Vianco é um dos autores mais conceituados da literatura fantástica brasileira na atualidade. Com mais de quinze livros publicados e poucos anos sobre os ombros, Vianco sempre consegue surpreender o leitor, mesmo usando temas recorrentes.

Tiago Santos direto da Fábrica de sonhos

quinta-feira, 10 de março de 2011

A casa

"Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado." (Antoine de Saint-Exupéry)

quarta-feira, 9 de março de 2011

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS...


Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto."
O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!" Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuia e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha. 
Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las. Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...
Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira. A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da roza vale o incômodo dos espinhos... ou não. 

Pe. Fábio de Melo

terça-feira, 8 de março de 2011

A Pedra


- Você não compreende, não consegue compreender.

No meio do rio, eu via a pedra. A única naquela extensão verde de água, o pico branco erguido em inesperada fragilidade na solidão. Eu não tinha instrumentos para caminhar até ela, a pedra, tomá-la nos braços, por um instante debruçar minha ternura sobre seu isolamento num absurdo desejo de que em sua insensibilidade de coisa ela se fizesse sensível e, assim suavizada, contivesse o desespero amparando-se em mim. Por que ela se perdia assim e assim se assumia e se cumpria em pedra, dona de si mesma, dispensando qualquer afeto, qualquer comunicação? Ela se bastava. Parecia já ter ido além da própria estrutura num lento inventariar do mundo ao redor, como se seu pico tivesse olhos e esses olhos projetassem indagações em torno, avançando nas descobertas, constatações se fazendo certeza. E como se seu isolamento fosse deliberado, como se já não acreditasse em mais nada e tivesse escolhido o amparo apenas das águas, a precária proteção do azul como se tivesse escolhido o vento, a erosão, os vermes, os musgos que a roíam devagar. Assim, da mesma forma como outros escolhem o apoio das pessoas ou a nudez do campo, ela escolhera o desafio da entrega. O despojamento de ser, insolucionada e completa em suas fronteiras: pedra porque pedra fora era e seria num sempre que a sustentava, frágil e absoluta.

- Veja, os meus cabelos estão molhados, caminhei horas pela chuva querendo e não querendo procurar você.

Frágil e absoluta em sua camação de mineral, as raízes, se as tivesse, encravadas no fundo do rio. A sua base por onde escorregam peixes, cobras, onde a lama se acumulava lenta tentando cobri-la por completo. Ondas frágeis de rio e, atrás, a ilha espalhada em verde contra o céu quase negro do entardecer. O sol além do rio, e o céu quase todo desfeito em cores que em breve afundariam no escuro. As cores morreriam, o claro se faria treva e a pedra mergulharia em sombras, impressentida -quem veria jamais uma pedra emergindo do negro que cobriria o rio? E re… nasceria, depois. Em cada amanhecer, renovada e sempre a mesma, endurecida em sua natureza. A pedra. Por que me doía e pesava por dentro, como se eu jamais conseguisse atingi-la? Ah meus gestos incompletos, meu olhos que não ultrapassavam o que viam -e ela me encarava, alheia ao meu espanto, inatingível quem sabe para sempre. E não seria apenas uma forma, uma silhueta de coisa nascendo da água, projetada contra o espaço, cercada de vazio, um pedra? Que espécie de dureza havia nela, negando a penetração? A compreensão mesma de sua incompreensão -por que se fechava tanto, e tanto se esquivava, e sem se esquivar nem se fechar, feita em si -apenas um pedra?

- Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não em você, se sempre foram de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces. Por que então assim tão de repente e duro, por quê?

Uma pedra. Igual a si mesma, como só o são as naturezas inertes. As pessoas escorregam e, se num momento foram, no seguinte já não mais o são; a possibilidade de ser se reduz, contrai, escapa, ou num repente aumenta para explodir inesperada. As coisas se afirmam nelas mesmas em cada segundo de cada minuto. E em cada segundo futuro, serão ainda elas mesmas, sem se acrescentarem ou diminuírem. Para sempre, uma pedra será uma pedra. E por que então, enfim, esta palidez minha? Por que a encarava e pensava, e a constatava em sua permanência despida de mistérios e, no entanto, hesitava? Deveria compreendê-la no passar de olhos e ir adiante sem esperar. Contudo, esperava. De uma pedra -o quê? Se me machucava por dentro e quase tombava, meio aniquilado, impossível prosseguir. Derramar de ternura do vazio de minhas mãos, meus olhos quase verdes de tanto amor recusado, emoções informuladas pelo silêncio de noturna precisão -tudo convergindo para a pedra. Uma fatalidade, o inumano atingir o humano assim, de brusco? A nudez de meus pés devassava o frio. O vidro do rio, a lâmina do vento, a morte do sol. E a pedra. Inatingível.

- Compreenda, eu só preciso falar com você. Não importam as palavras, os gestos, não importa mesmo se você continua a fugir e se empareda assim, se olha para longe e não me ouve nem vê ou sente. Eu só quero falar com você, escute.

Inatingível. Escorregava em torno dela, percorrendo consciente uma trajetória de impossível. Em torno da pedra um círculo de repulsão que me jogava longe no momento da aproximação de seu centro. Cansaço pesando em mim, baixei a cabeça. As minhas mãos perdidas sobre a areia suja da beira do rio, as minhas mãos fremiam de fadiga. Círculos dourados percorriam o espaço, penetravam concêntricos em minhas órbitas, os círculos nascidos em torno da pedra. Pelos descaminhos, meu rumo se perdia, eu tornava a buscar, recomeçava- e novamente errava, e novamente insistia, Túrgido de ternura, me encarei. E baixei a cabeça com vergonha. A pedra prescindia de mim. Eu, que me projetava num tempo desconhecido, prescindir de tudo e, impotente, me projetava na pedra, lúcido de que não seria jamais o que ela estava sendo. Eu que não conseguia alcançar o que ela alcançara e para sempre me perderei entre as pessoas, vagando sem encontrar, sem saber sequer o que busco, o que buscarei. A pedra me agredindo com seu ser completo.

- É esse gelo por dentro que eu não consigo entender. Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço encouraçando o silêncio, eu não consigo entender.

Completo. Seria possível o absoluto em algo ou alguém às vésperas da destruição? Eu não sabia nem sei, ainda. Escurecia cada vez mais, a silhueta da pedra já se dissolvera talvez na noite, mas a sua imagem permanecia em minhas retinas. E no escuro, ela deixaria de ser? No escuro as coisas esquecem de si mesmas para se tornarem apenas coisas, desligadas de qualquer suspeita que se possa ter sobre elas? A imobilidade do rio com suas ondas fracas, feito um reafirmar de inércia. E eu. Que era eu naquele momento exato, jogado na areia, cheio de movimentos subterrâneos? Que era eu, com o incompleto de minhas tentativas que não se cumpriam, e permaneciam vagando num ritmo de espanto? O rio era o rio, o céu era o céu, a areia era a areia, mas a pedra recusara meu pensamento e se fizera unicamente em pedra. E eu que escorregava, me perdendo em corredores de luz filtrada, pelas varandas entrecobertas de samambaias, por solares arquitetados sobre pântanos, pelos pântanos mesmo de água pútrida e serpentes entrelaçadas em tronco de árvores viscosas - eu que me reconhecia ao longe e não ia além do gesto para me conhecer. Mas se o rio tinha peixes e lama e musgo no fundo, e tinha mistérios; e se o céu estava repleto de mundos formando o cosmos e o desconhecido infinito das galáxias, e tinha mistérios; se a areia onde haviam restado detritos e sulcos, onde vicejava uma grama rala, tinha também mistérios. Somente a pedra, até o fundo de si pedra, das nascentes ao topo, nada contendo além de seu ser.

- Seria isso, então? Você só consegue dar quando não é solicitado, e quando pedem algo você foge em desespero. Como se tivesse medo de ficar mais pobre, medo de que se alcance seu centro e nesse centro exista alguma coisa que você não quer mostrar nem dar ou dividir. Contido, dissimulado, você esconde essa coisa, será assim?

Ser. Já nada mais restava. Apenas a noite e, dentro dela, o meu silêncio de incompreensão. Meus passos afundavam na areia deixando uma esteira de poças que conteriam as estrelas, não fosse o imenso escuro de tudo. Cada vez mais lento eu caminhava. Para longe do rio. Para longe da pedra. Para longe do medo. Para longe de mim.  (Caio F.)

5 Coisas que aprendi com lápis


1° qualidade: Vc pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

2° qualidade: De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.


3° qualidade: O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.


4° qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de vc.
5° qualidade: O Lápis sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que vc fizer na vida, irá deixar traços..

(Paulo Coelho)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Olhos do desaparecimento...


Chamo-lhe amor para simplificar. Há palavras assim, que se dizem como calmantes. Palavras usadas em série para nos impedir de pensar. O que existia, existe, entre nós, é uma ciência do desaparecimento. Comecei a desaparecer no dia em que os meus olhos se afundaram nos teus.

...

"Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama."

domingo, 6 de março de 2011

Diário de uma paixão


"A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá."

INSPIRAÇÃO

Eis aqui um dos motivos que levaram à criação deste Blog:


Espelho


Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
- tem que ter reflexo.

(NERUDA, Pablo)

sábado, 5 de março de 2011

O que eu mais gosto no amor


"O que eu mais gosto no amor é que, quando é a sério, cabe tudo lá dentro. A paixão, o desejo, o pulsar das almas e a serenidade dos pensamentos, a vontade de construir outra vez o mundo à imagem e semelhança do que sentimos, a paz dos regressados e a poesia das folhas brancas que cada dia esperam a doçura das palavras e a certeza das ideias. O amor é mais do que querer, desenhar, sonhar e amar. É partilhar a vida inteira, numa entrega sem limites, como mergulhar no mar sem fundo ou voar a incalculáveis altitudes. O amor é muita coisa junta, não cabe em palavras nem em beijos, porque se leva a si mesmo por caminhos que nem ele mesmo conhece, por isso quem ama se repete sem se cansar e tudo promete quase sem pensar, porque o amor, quando é a sério, sai-nos por todos os poros, até quando estamos calados ou a dormir."

Só o amor é real

A sua cabeça pode dizer: “Mas eu não o conheço”. Mas o seu coração sabe que não é assim. Eu pego na mão dele pela primeira vez, e a memória do meu toque transcende o tempo e perturba profundamente todos os átomos do seu ser. Ele me olha nos olhos, e eu vejo nele uma alma que foi minha companheira através dos séculos. Meu estômago se ...revira. Os seus braços ficam arrepiados. Tudo o que é exterior a este momento perde importância. Ele pode não me reconhecer, mesmo que finalmente tenhamos nos encontrado de novo, mesmo que eu o reconheça. Você consegue sentir o laço da união. Consegue ver o potencial, o futuro. Mas ele não. Os seus medos, o seu intelecto, os seus problemas mantêm um véu sobre os olhos do seu coração. Ele não me deixa ajudá-lo a remover esse véu. Eu lamento e sofro, e ele segue o seu caminho... O destino pode ser tão volúvel. Quando ambos se reconhecem, nenhum vulcão poderia entrar em erupção com mais paixão. A energia libertada é tremenda. O reconhecimento das almas pode ser imediato. Um sentimento súbito de familiaridade, a sensação de conhecer esta nova pessoa a uma profundidade muito além daquela que a consciência permitiria... saber intuitivamente o que dizer, como vão reagir. Um sentimento de segurança e confiança muito maior do que aquele que alguma vez poderia ser conquistado num dia, numa semana ou num mês... Há que dar tempo ao tempo, e muita paciência pode ser necessária para aquele que vê primeiro. (Brian Weiss)




NÃO ADIANTA!!!

Você Nunca Será TÃO FELIZ quanto este Ratinho!!!!